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Somos híbridos de nossa origem já superada e de um mundo exterior que não para de evoluir

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“Somos híbridos de nossa origem já superada e de um mundo exterior que não para de evoluir” (Marcos Nahuz, maio de 2021)

N osso modelo de resposta biopsicossocial atual é uma forma híbrida. De um lado, há o comportamento provinciano de um Estado ainda agrário; do outro, as inovações tecnológicas que chegam por aqui quase no mesmo momento que são criadas pelas nações mais avançadas.
Podemos dizer que essas novidades de outros contextos “invadiram” os nossos “mundos locais”, de forma semelhante àquela quando os navegadores europeus controlaram as civilizações indígenas do novo mundo com suas quinquilharias “surpreendentes”.
Vejamos o exemplo do processo de “aprender inglês” por aqui em São Luís. Na década de 80, com o videocassete, esse processo se expandiu. Passamos a consumir os valores de uma nova cultura que chegava pelas imagens e áudios de filmes e programas de tv.
Esses aprendizes daqueles anos, hoje na faixa de 50 a 60 anos de idade, acessaram um mundo completamente diferente daquele no qual viviam fisicamente, incorporando parte de seus valores e mesclando o modelo mental mais avançado de lá com estes mais atrasados daqui – e o fizeram em diferentes concentrações a partir da exposição menor ou maior à nova cultura.
O hibridismo cultural desses grupos – do qual eu faço parte – não nos tornou norte-americanos, é claro. Mas mudou a forma como enxergávamos a nossa realidade, gerando múltiplos caminhos de ação e conformidade, ou seja, modelos de resposta biopsicossociais híbridos.
E esse hibridismo, potencializado pelas gerações que já nasceram conectadas à televisão (inicialmente) e à internet (posteriormente), gera imensas dificuldades de convivência, onde tentamos inconscientemente impor nossa percepção da realidade aos outros, principalmente dentro dos próprios lares.
Um vez conscientes das razões para tamanha divergência de comportamentos talvez consigamos ter um pouco mais de paciência uns com os outros e assim estabelecer pontes mínimas de significação para que não nos afastemos mais sob a justificativa equivocada de que somos incapazes de respeitar os valores do outro. Não os respeitamos simplesmente porque nós apenas os desconhecemos como tal. /h5>

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